A cultura não pode se acabar, a cultura é a coisa mais bonita do mundo.

Antônio Pereira de Araújo, nascido em 23 de julho de 1966 na cidade de Cariús-CE, é filho de Albina e Geraldo Pereira de Araújo e atualmente reside em Crato-CE.

Desde os 12 anos, Antônio se deixou levar pela paixão pela cantoria, influenciado por sua família de cantadores, especialmente seus irmãos. “Meus irmãos são todos violeiros. Eu sou de uma família de cantadores“. Durante sua infância, passou a admirar os cantadores que via dentro e fora do seio familiar.

Hoje, aos 51 anos, Antônio Araújo faz da cantoria sua única profissão. Ele afirma: “eu sou é violeiro, eu não tenho outra profissão não, só trabalho com a viola mesmo“, embora já tenha tido programas em diversas rádios da região do Cariri, como nas rádios Progresso, Iracema, Verde Vale e Educadora.

Para ele, ser um repentista é ter, obrigatoriamente, o dom da poesia. “Tem muito repentista que é formado mas não faz que nem um matuto… que nem Patativa fez. De que adianta o ‘caba’ ser um doutor e não saber fazer nenhum verso, né?“, reflete, orgulhando-se de sua habilidade em cantoria, mesmo sendo analfabeto.

Antônio observa as mudanças que ocorreram na cantoria ao longo dos anos. “De primeiro, nós cantávamos num pé de parede só com a viola mesmo, hoje se o ‘caba’ num tiver um carro de som ou um paredão, o povo não vai escutar não“. Ele também comenta sobre a formalização dos contratos, que agora são feitos com antecedência, ao contrário do passado, quando os cantadores recebiam apenas por bandeja.

Ele é um defensor dos projetos de cantoria nas escolas, considerando-os uma excelente oportunidade para os jovens conhecerem essa rica cultura. Relembra que por muitas vezes já cantou em espaços escolares, bem como em canais televisivos.

Atualmente, possui dois CDs gravados com outros cantadores e já publicou dois cordéis, além de compor canções. Ele se descreve como “um cantador de viola do sertão, um homem público, que gosta de todo mundo, sem distinção“. Para finalizar, Antônio expressa seu desejo de que a cultura da cantoria perdure, que não morra jamais.

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