“Meu sonho maior é cantar melhor do que já cantei, e cantar até na hora da morte”.
Pedro Bandeira Pereira de Caldas, conhecido simplesmente como Pedro Bandeira, nasceu em 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, em São José de Piranhas-PB, e faleceu em 24 de agosto de 2020, em Juazeiro do Norte-CE. Era filho da poetisa Maria Bandeira de França e Tobias Pereira de Caldas.
Sua conexão com a poesia era uma herança familiar, que remontava ao seu avô materno, Manuel Galdino Bandeira — um dos maiores poetas da história da cantoria — e a sua mãe, Maria Bandeira de França. Essa linhagem deu origem a uma verdadeira dinastia poética, que inclui Pedro e seus irmãos: Francisco, João, Daudeth, Antônio e Cicera Bandeira.
Desde os seis anos, Pedro já compunha seus primeiros versos enquanto vigiava as plantações de arroz, milho e feijão, mostrando sua precoce inclinação para a palavra poética. Aos 17 anos, em 1955, iniciou sua carreira como Cantador. Ele mesmo descreveu esse momento: “Aos 17 anos de idade eu botei a viola nas costas e rasguei o sertão a pé, a cavalo, a burro, a jegue, a carro de feira, e não parei mais, dos 17 anos para cá”. Esse início foi marcado pela morte de seu avô, um evento que, segundo Pedro, abriu muitas portas, já que, sendo neto de Manuel Galdino, era bem recebido e respeitado por onde passava.
Em 1961, mudou-se para Juazeiro do Norte-CE, onde começou a cantar na Rádio Educadora, em Crato-CE, permanecendo lá por 25 anos. Ao longo de sua trajetória, continuou a cantar, escrever e produzir, tendo a oportunidade de se apresentar para diversos presidentes do Brasil, como Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, José Sarney e Fernando Collor, além de ter cantado para o Papa João Paulo II durante sua visita a Fortaleza, em 1980. Segundo ele, essas conquistas foram resultado de sua persistência: “Isso não é por eu ser o melhor, porque eu não sou o melhor, mas é porque sou um dos que se esforçam muito”.
Pedro Bandeira era licenciado em Letras, bacharel em Direito e Teologia. Em 1974, recebeu o título de Príncipe dos Poetas Populares, que honrosamente carregou até o fim de sua vida. Quando perguntado sobre quem seria o Rei dos Poetas, ele citava o Poeta Pinto do Monteiro.
Ele acreditava que a Cantoria estava se refinando e elogiava a nova geração de Cantadores, afirmando: “Tem novos cantadores muito bons, que começam já cantando com lirismo, teluricamente, falando da terra deles, cantando a vida, cantando o mundo, cantando a política, cantando os acontecimentos da atualidade”.
Pedro enfrentou problemas de saúde a partir dos 69 anos de idade, incluindo infartos e, posteriormente, diagnosticado com Mal de Parkinson, do qual tratou até sua morte. Em 2018, nesta entrevista, ele disse: “Eu comecei tremendo a perna esquerda e depois veio para as mãos. Já foi pior do que está hoje, pois hoje está quase dominado, eu tomo muitos medicamentos, tenho um médico muito bom”. E completou: “eu luto e lido com o Parkinson até hoje com naturalidade, não tenho complexo, não tenho preconceito, nem medo de tremer. Tremo o braço, a perna ou o corpo, mas o verso não treme, a poesia é firme, a consciência é vibrante”.
Sua produção conta com dezenas de discos LP’s e CD’s gravados, 14 livros publicados e mais de mil cordéis, distribuídos entre versos, poemas, folhas soltas e folhas volantes. É mencionado por diversos escritores renomados, como Rodolfo Coelho Cavalcante, Câmara Cascudo, Téo Brandão, Jorge Amado e Carlos Drummond de Andrade, além de ter sido prefaciado por Pe. Antônio Vieira.
Pedro Bandeira continuou a atuar como Cantador e radialista até os 82 anos, apresentando diariamente um programa na Rádio Verde Vale, em Juazeiro do Norte e, periodicamente, na TV local, e afirmava que “nada me faz deixar de cantar, palestrar, estudar, ler, ensinar, improvisar ou escrever, nada me impede – até aqui – de fazer o meu trabalho com consciência e boa vontade, procurando fazer o de amanhã melhor do que o de hoje”.
Ao fim dessa entrevista, Pedro concluiu: “Quero deixar, quando partir daqui para a vida eterna, verdades, mansidão, educação, responsabilidade, humildade e deixar meu nome na história da Cantoria nordestina; brasileira; mundial, como um cantador que passou e deixou rastros. Nós estamos aqui para isso: para cantar, aprender e chegar no céu cantando. Sou o mesmo cantador de quando comecei, para mim estou começando agora“.
Pedro Bandeira faleceu em 24 de agosto de 2020, vítima de uma parada cardíaca, em Juazeiro do Norte.
(As entrevistas aconteceram nos dias 31/10/2016, 12/04/2018 e 30/08/2018, na rádio Verde Vale e em sua residência, para o projeto De Repente em Ação).
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