Cantoria pra mim é cultura e tradição, não pode ser esquecida, a cantoria é a identidade do povo, e um povo sem cultura é um povo sem identidade.

Agustinho Firmino de Oliveira, natural Lavras da Mangabeira – CE, nasceu em 22 de janeiro de 1968, filho de Raimunda Silva de Oliveira e Bonifácio Firmino de Oliveira. Atualmente, com 49 anos, o poeta reside na cidade de Juazeiro do Norte – CE, onde mudou-se em 2006.

Iniciou na cantoria influenciado por seu primo Luiz Cândido, que também era poeta — “foi ele que descobriu o meu dom” —, entre os 13 e 14 anos de idade. E foi brincando de fazer rima que por volta dos 18 anos iniciou, de fato, no mundo da cantoria, residindo ainda no município de Lavras da Mangabeira.

Sobre sua herança na poesia, havia seu pai que também era poeta. Este não cantava, mas era grande admirador da cantoria e escrevia versos, além de um tio chamado Manoel Cândido, outro cantador.

Ao lhe perguntar sobre o atual cenário da cantoria, o poeta diz que o público de hoje é um público mais conhecedor — “mais avançado” —, pois demonstra ter mais conhecimento sobre os assuntos que são cantados, exigindo dele e dos outros cantadores, maior conhecimento sobre diversos assuntos. Segundo ele:

“Muita gente ainda tenta esconder as culturas, as raízes. Mas essa cultura da gente hoje está, a meu entender, mais divulgada, porque o cantador tem acesso a tv, a rádio, que antigamente não tinha. Antes o Cantador viajava sem rumo e hoje não, quando ele vai a uma viagem ele vai com compromisso fechado; certo, porque tem a internet, a rádio a favor, tudo isso incentiva e divulga a cultura”.

Agustinho Oliveira possui 4 CD’s solo gravados, e um ao lado do poeta Zé Ari. Além desses, possui um DVD cantando ao lado de vários outros cantadores, como Zé Viola, Silvio Grangeiro, Nascimento Araújo, entre outros.

Atualmente (no ano desta matéria) trabalha em um programa de rádio na Rádio Verde Vale todos os dias da semana, das 12:00 às 12:30, ao lado dos poetas Nascimento Araújo e Francinaldo Oliveira.

Lamenta pela cantoria não ter um espaço tão aberto para os grandes eventos e não ser tão valorizada pelas políticas públicas, para ele “a cantoria deveria estar numa situação melhor, muita gente tenta esconder o valor do artista”.

Considera também ser importante a presença da cantoria nas escolas, pois acredita que é uma oportunidade dos alunos desenvolverem esse lado cultural e aperfeiçoarem cada vez mais o senso crítico tendo contato com os cantadores. “Essa cultura da gente é uma cultura que cabe em todo lugar”.

Finaliza a entrevista dizendo que valoriza o trabalho que realiza, que o faz com muito amor, pois a recompensa vem do povo. “Vivo satisfeito na área cultural, graças a Deus”.

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(A entrevista aconteceu no dia 04/07/2017 na rádio Verde Vale para o projeto De Repente em Ação).

Contato do poeta para shows: (88) 99650.4707