“Que nunca acabe esse olhar para o poeta repentista, a cultura popular sempre pode ajudar e influenciar muita coisa.”
Luiz Silva da Costa, conhecido como Luiz Lê, nasceu em 10 de novembro de 1964, na zona rural do sítio Lagoa da Caiçara, em Assaré-CE. Filho de Benta Maria da Costa e Antônio Silva Nascimento, atualmente reside em Crato-CE, no distrito de Ponta da Serra.
Desde cedo, Luiz se encantou pela Cantoria, influenciado por dois grandes Cantadores: Elísio de Noronha, que se apresentava na Lagoa da Caiçara — localidade que Luiz residia no município de Assaré —, e Nascimento Araújo, repentista que sempre ouvia quando ia visitar sua irmã na cidade de Cariús-CE. Inspirado pelas canções que ouvia através de Nascimento Araújo, decidiu comprar um violão para também aprender a tocar e cantar.
Trabalhando na roça, Luiz começou a improvisar enquanto cultivava a terra. Aos 16 anos, começou a fazer da Cantoria sua profissão. Em busca de novas oportunidades, mudou-se para Manaus, onde passou cerca de dois anos sem cantar, até que, ao ouvir outros cantadores na rádio Rio Mar, foi incentivado a se apresentar. Ele foi bem recebido e logo teve ampla aprovação, pois apresentava muitas novidades do Nordeste. Conta que logo começou a participar do programa Brasil Caboclo como convidado especial, ao lado dos poetas Zilmar de Souza e Cajarana, onde permaneceu por 10 anos.
Embora a Cantoria fosse sua paixão e profissão, Luiz complementava sua renda como crediarista, mais tarde, também, como professor notório saber, formando, uma vez por semana, professores da rede estadual de ensino sobre a história da poesia popular e do Cordel, incluindo os professores da Universidade Federal do Amazonas. Após anos morando na capital amazonense, decidiu retornar para o Nordeste, em busca de se dedicar integralmente à sua arte.
No Cariri, enfrentou dificuldades para retomar sua carreira como Cantador. Ele percebeu que os cantadores menos favorecidos financeiramente não tinham as mesmas oportunidades que os mais conhecidos, que chegavam a eventos com equipamentos de som e atraiam grandes públicos: “o cantador pobre nunca teve oportunidade suficiente de chegar numa cantoria e ganhar dinheiro, pois o cantador ‘grande’ chegava num carro com uma caixa de som, uns microfones e chegava um bocado de gente rico, e eles ganhavam dinheiro. Aí o cantador pobre não ia porque já chegava com o pé cheio de poeira, aquele negócio todo, e não ia de jeito nenhum”.
Para contornar a situação, Luiz convidou Nascimento Araújo para realizar cantorias por diferentes estados, incluindo Piauí e Maranhão. Quando Nascimento decidiu voltar, Luiz continuou sozinho sua jornada e retornou a Manaus por mais quatro anos, mas não conseguiu se reintegrar à rádio e decidiu voltar definitivamente ao Cariri.
Amparado por outros cantadores, como Júlio Carneiro, Moacir Carneiro e Chico Pereira, que ele considera uma figura paterna, Luiz Lê se estabeleceu no distrito de Dom Quintino, mudando-se pouco tempo depois para Ponta da Serra, onde abriu uma oficina de motos, abandonando a Cantoria.
O nome profissional “Luiz Lê” surgiu de sua facilidade para aprender a ler, algo que impressionou seus pais. Eles começaram a espalhar a notícia, e essa expressão se transformou em seu nome artístico.
Luiz acredita que o estudo é fundamental para a formação de um bom cantador: “O poeta tem a veia poética mas ele tem que estudar, quanto mais você estuda mais conhecimento você tem. Você tem que estudar para você saber aplicar a palavra na hora certa”. Na sua opinião, o principal quesito que o Cantador deve se preocupar na hora da cantoria é de nunca fugir do assunto proposto.
Luiz possui registrado alguns CDs gravados com canções de sua autoria, parte deles gravados em Manaus, na rádio em que participava. Diz ainda que se preocupa com futuro da Cantoria, afirmando: “a Cantoria tá quase inexistente. Se não tiver uma reativação para os cantadores e um reconhecimento que nem eu acho que vocês estão fazendo, isso aí vai indo até se acabar”.
Ao final da entrevista, Luiz Lê se descreve como: “filho de um pé de serra, um poeta, um batalhador, e hoje não estou mais na cantoria porque meu pai sempre dizia: ‘quem canta não assobia’, e eu passei a assobiar e deixei de cantar, eu não consegui nada cantando e estou conseguindo alguma coisa assobiando, tenho que respeitar a lei da natureza, ou eu quero viver bem ou eu quero viver mal, se for para eu viver bem eu tenho que viver assobiando, agora se for para eu viver mal eu tenho que voltar a cantar”.
(A entrevista aconteceu no dia 27/09/2018, na sua residência, em Ponta da Serra; Crato-CE, para o projeto De Repente em Ação).
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